Para ampliar o repertório cultural e histórico por meio do acesso à literatura brasileira e aos gêneros textuais, os alunos do 2º ano da Escola da Prefeitura de Guarulhos (EPG) Clementina de Jesus, no Jardim Triunfo, região de Bonsucesso, aprenderam de forma criativa e envolvente sobre a literatura de cordel e musicalização. As aprendizagens estimularam o interesse das crianças para a compreensão das estruturas poéticas e narrativas por meio da leitura, da escrita e da arte brasileira.
Os estudos iniciaram no começo de junho pela professora da turma, Vanessa de Souza, em parceria com os residentes da Unifesp Guarulhos que integram o Programa de Residência Pedagógica, desenvolvido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O programa contribui com projetos institucionais e para a melhoria da formação inicial de professores da educação básica nos cursos de licenciatura, com base nas experiências vivenciadas em sala de aula.
A proposta pedagógica está também associada às formações do programa municipal Leitura, Emancipação, Interação e Alfabetização (Leia), que visa a alcançar as metas para a garantia da alfabetização de todas as crianças até o final do 2º ano do Ensino Fundamental. Nesses primeiros anos é importante um ambiente lúdico com atividades significativas com o uso de materiais que permitam que as crianças percebam a importância de ler e escrever, oferecendo a elas a possibilidade de compreenderem o uso da leitura e da escrita nos contextos sociais.
Ludicidade e musicalização
A professora trabalhou os saberes e as aprendizagens dos eixos educando, comunicação e expressão, presentes na proposta curricular da rede, com atividades que ajudaram os alunos a se conectarem com a literatura de cordel, gênero literário geralmente feito em versos na região Nordeste do Brasil durante as festas juninas.
“Escolhi o cordel por ser uma manifestação cultural que teve origem no Nordeste e por ser um tipo de gênero literário com mais destaque nessa região. As crianças da região Sudeste quase não se apropriam dessa arte popular por estar fora de sua esfera cotidiana, mesmo sabendo que no Sudeste há uma quantidade considerável de nordestinos”, explicou a professora Vanessa de Souza sobre o valor dessa forma de expressão artística.
As atividades reuniram reportagens em vídeo sobre cordelistas brasileiros, com destaque para José Francisco Borges, conhecido artisticamente como J. Borges, Braulio Bessa e Mari Bigio, uma das cordelistas estudadas.
“O processo de produção artística do cordel em equipe foi baseado no romance teatral Romeu e Julieta, de William Shakespeare. Os alunos foram os próprios autores e para a realização da arte da capa utilizamos a lousa digital e o aplicativo Canva como recurso tecnológico para a produção criativa. Além disso, promovemos uma roda de conversa sobre o que aprendemos com a participação da coordenadora pedagógica da EPG Clementina de Jesus, Fabiana Alessandra Sobreiro, além de diversos momentos de musicalização, como roda de ukulelê, produzindo também um varal literário com folhetins, atividade que contou com a presença das famílias na escola”, relatou Vanessa.
Os alunos socializaram a arte e a vivência sobre o estudo com cordéis, desenvolveram aprendizagens necessárias como ritmo, melodia e até mesmo criaram canções com base nos versos de cordel, além de apreciar a riqueza da linguagem poética.
A sequência didática prosseguiu numa atividade de musicalização e protagonismo no processo criativo da adaptação dos cordéis em música por meio de parcerias com músicos, professores e estudantes de pedagogia.
Nos últimos ensaios de musicalização a estudante de pedagogia da Unifesp Guarulhos Nataly Ferreira adaptou a música de cordel para o forró junto aos educandos do 2º ano. Em breve a canção será gravada no estúdio de gravação Escola 360 do CEU Bonsucesso.
Para acessar a produção do cordel feita pela turma clique aqui.